A Profecia

Um RPG via blog para testar Tagmar 2.0

30.4.06

Serfa (37)

Tyssine Dando a volta em torno do claustro, Tyssine descobre umapequena janela. Agachando-se, ela pode ver por uma fresta o que está acontecendo lá dentro:

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Mendagor O sacerdote saúda Mendagor com um aceno de cabeça. Em seguida, pega uma erva seca na caixa de um dos acólitos e joga dentro do turíbulo. Uma fumaça esverdeada começa a sair. O sacerdote leva o turíbulo aceso a Aion, e pede a ele que aspire a fumaça. Depois, pergunta:

- Aion de Verrogar, seu voto no concurso foi sincero?

- Sim senhor... Ragul me ofereceu seu dinheiro, e eu estava disposto a aceitá-lo. Mas Mendagor me mostrou o caminho da verdade e da justiça, e mesmo se não fosse assim aquela jovem encantou meu coração e o de todos que estavam ali honestamente - ele responde.

O sacerdote faz a mesma pergunta a Mendagor, que diria a verdade mesmo se não fosse um sacerdote de Crisagom, pelos efeitos da fumaça. Depois, é a vez de Durk, que responde:

- É claro que sim, por Blator! Aquela mocinha foi a única que fez lembrar umpouco as lindas dveorg de Sumuta!

Em seguida, seria a vez da mais velha, mas o sacerdote decide experimentar aproximar o turíbulo da mais nova... e ela se levanta!

- Como eu pensei, o desmaio era uma mentira. Agora, por favor, responda se seu voto também foi - ele diz.

A mulher responde:

- Não... maldição, eu votei naquela pequena megera porque recebi dinheiro! E não consigo continuar mentindo! Averdade é que a filha do alfaiate merecia ganhar.

Antes mesmo de ser submetida ao ritual, a mais velha confessa também. Leona, espantada, agradece ao sacerdote. E convida Menddagor, Aion e Durk a voltarem ao palanque.

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Mirwen Akanien Enorim se aproxima para cumprimentar Mírwen e especialmente Akanien:

- Você é muito bom, rapaz. Deveríamos tentar tocar juntos algum dia desses. Talvez para acompanhar a vencedora do torneio, que deverá ser mesmo esta sua amiga, de bela voz.

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Fandar Maxim tosse violentamente, mas continua desacordado. A cega o ausculta, passa as mãos sobre seu peito e diz a Fandar:

- Bem, obrigado mas acho que só nos resta esperar. Você é de fato umhomem santo, pelo que percebo. Que os deuses o acompanhem.

29.4.06

Serfa (36)

Mirwen Akanien Caesarparken explica a Akanien, Mírwen e Ulora como várias vezes foi tentado pela prática da propina, que poderia ter lhe rendido boas encomendas de serviços, até mesmo para nobres, se tivesse aceitado pagar subornos a intendentes. Ulora se mostra triste com a revelação de tantas sujeiras.

- Sempre pensei que elfos não fizessem dessas coisas, mas sua amiga disse que sim... muito estranho! - conclui.

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Fandar O amuleto é um disco de chumbo com um orifício no centro, onde está incrustado um cristal amarelo em estado bruto. Quando Fandar o toca, a mulher, que estava pondo uma compressa na testa de Maxim, diz:

- Eu também percebi. Sabe o que pode ser? Talvez tenha sido isso que o salvou da morte. De qualquer forma, acho que seria melhor deixar onde está.

O auxiliar do cozinheiro entra na cabana, trazendo um punhado de ervas. Quando vê Fandar, fica desconfiado mas mesmo assim entrega as ervas à curandeira e vai se sentar num canto.

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Mendagor Mendagor nunca viu um anão tão furioso quanto Durk. Aliás, nunca viu ninguém tão furioso. "O que faço ou deixo de fazer é problema meu, e não seu. Mas de onde venho a palavra de um dveorg é respeitada, o que nem sempre vale para um humano", ele responde.

Mas, quando o grupo chega no claustro, escoltado pelos guardas, a organizadora anuncia:

- Estou profundamente decepcionada. E vou ter que fazer o que nunca pensei que pudesse ser necessário num Festival da Cenoura.

Nesse instante, a porta se abre e entra um homem muito alto e magro, com o símbolo de Cambu preso ao pescoço. Atrás dele vêm dois meninos, um com um turíbulo aceso e outro com uma caixinha de madeira nas mãos.

- Vim assim que recebi seu chamado, Leona - ele diz. - Tenho aqui tudo o que é preciso para o Ritual da Verdade. Agora preciso saber se seus jurados aceitam se submeter ao teste.

Uma das mulheres desmaia.

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Tyssine Tyssine, na entrada do claustro junto com uma pequena aglomeração de curiosos, não consegue perceber nada do que acontece por trás das grossas paredes da construção. Só vê quando o sacerdote e seus acólitos entram no local.

28.4.06

Serfa (35)

Tyssine Mirwen Akanien Ulora agradece os elogios, e principalmente agradece a Akanien, dizendo que nada teria conseguido sem a ajuda dele. E, é claro, de Tyssine e Mírwen. Mas a confusão no júri preocupa ela e seu pai.

- O que pode estar acontecendo? - pergunta Caesarparken.

Tyssine não percebe nenhum rosto conhecido.

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Fandar Os poderes concedidos por Cruine a Fandar parecem fazer efeito sobre Maxim, que no entanto continua inconsciente. O sacerdote percebe que nada pode ser feito a não ser esperar o tempo necessário.

O exame não mostra nenhuma forma de influência espiritual, mas Fandar percebe algo que até então estivera oculto. Maxim tem um cordão no pescoço, com um amuleto pendurado. Não representa nenhum dos deuses, mas também não parece um sinal demoníaco.

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Mendagor Cinco guardas sobem ao palanque e se interpõem entre Durk, Aion e Mendagor, com alguma dificuldade. O rapaz continua trocando impropérios com as duas mulheres. E o anão, lutando para se soltar, seguro por dois soldados, brada para Mendagor:

- Não saia julgando os outros por si mesmo, humano. Sim, eu fui procurado por aquele homem, como pelo jeito todos nós. Mas votei de acordo com a minha consciência, e juro pelas minhas barbas que ainda está para nascer um dveorg que falte com sua honra por um punhado de moedas!

A organizadora pergunta que bagunça é essa no seu concurso, e Aion revela como foi procurado por Ragul, assim como, provavelmente, todos os outros jurados, e que o resultado está sob suspeita.

- Ora, que audácia! Onde já se viu? - reage, indignada, a mulher mais nova. Ou menos velha, melhor dizendo.

Mas a promoter, contrariada, anuncia:

- Vamos todos para o claustro. A situação é muito séria.

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- Em quem você aposta, Bitruk?
- Cinco moedas no anão, Butrik.
- Ele não está concorrendo, idiota. É membro do júri.

27.4.06

Serfa (35a)

Fandar Tudo é escuro dentro da cabana. Alguns riscos de luz do sol entram pelas frestas das janelas fechadas, e há um fogo baixo sobre um caldeirão, que mal bastam para Fandar perceber o ambiente. Há uma cama no canto, com um baú ao lado, e uma grande mesa no centro, sobre a qual Maxim está estendido, ainda inconsciente. Junto à parede oposta à da porta de entrada, a lareira acesa, com um caldeirão fumegante. Ao lado, panelas e utensílios pendurados na parede, e uma bancada com facas, potes e pilões. Em todas as paredes há prateleiras com vidros de todos os tamanhos, cheios de pós, grãos, líquidos e pedaços de animais ou de plantas. Cebolas, ervas, alhos e raízes diversas pendem da viga central. Algumas cadeiras estão encostadas na mesa que serve de cama ao cozinheiro.

- Ele está assim desde ontem - diz a mulher, apontando para Maxim. Fiz o que pude para recuperá-lo, e ele já devia ter acordado. Mas a magia do seu amigo, pelo jeito, foi mais poderosa que as minhas artes. Acho que ele deve acordar ao cair da tarde, mas gostaria que você desse uma olhada também. Soube que você o ajudou ontem, e não tenho motivos para desconfiar de um homem santo.

Em seguida, acrescenta:

- Ah, é claro! Como fui me esquecer?

E, pegando um archote que estava apagado, acende-o na lareira e entrega-o a Fandar. Agora ele pode ver que Maxim tem um ungüento aplicado sobre o local onde foi atingido pelo raio de Akanien. Ele respira pesadamente.

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Mendagor As duas mulheres dão de ombros, fazendo um ar de superioridade. Durk, porém, se levanta e dá um violento soco na mesa, dando até a impressão de que vai parti-la ao meio.

- POR BLATOR! Nunca fui tão ultrajado na minha vida! Como ousa pôr em dúvida a honra de um dveorg?

As palavras de Mendagor, porém, parecem ter motivado Aion, que finalmente reage.

- Com todo o respeito, senhor: nós cinco estamos com a honra em jogo. Por que continuar a fingir? Cada um de nós foi procurado por Ragul. Eu mesmo confesso que me senti tentado a aceitar as suas moedas, e só mudei de idéia porque Mendagor me mostrou os caminhos de Crisagom. Pois bem, eu estou disposto a segui-los. E se é para dizer a verdade, digo toda: ESTE JÚRI FOI SUBORNADO!

A última frase é gritada a plenos pulmões. A organizadora do concurso chega para ver o que está acontecendo e encontra as duas mulheres, ofendidas, disparando críticas contra Aion, enquanto Durk ergue uma cadeira, pronto para atacar o jovem discípulo de Mendagor.

26.4.06

Serfa (34)

Tyssine Enorim fica surpreso ao encontrar Tyssine e mais ainda com o pedido que ela lhe faz. E responde:

- Lamento, minha cara. Se soubesse antes, poderia até ter aceitado; mas o pai daquela moça com quem toquei me pagou muito bem, com a condição de que eu não ajudasse nenhuma outra candidata. E, por mais que um ou outro possa dizer o contrário, eu sempre cumpro meus tratos. Sinto muito, talvez em outra ocasião eu possa ser útil.

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Mendagor Mirwen Akanien Antes que qualquer outro jurado se pronuncie, a organização do concurso anuncia a entrada de uma competidora de última hora: Ulora, filha de Caesarparken, o comerciante. Ela sobe ao palco acompanhada de Akanien, com quem combinou às pressas seu número - uma velha canção de amor, cuja melodia é bem conhecida em todo o continente.

Akanien toca corretamente, sem problemas. E, quando Ulora abre a boca, encanta todo o público com sua voz maviosa e sua interpretação cheia de sentimento. A música parece transformá-la em outra pessoa: de pé, no meio do palco, ela canta paixões e desenganos de forma tão comovente que Aion, extasiado, se levanta e aplaude.

- Ora! Contenha-se, rapaz! - diz a jurada mais velha.

No alto da árvore, os dois pequeninos mantêm o espírito.

- Ai, como dói... - diz um deles.
- O coração?
- Não... a barriga!

Caesarparken, maravilhado, comenta com Mirwen:

- É a minha menina... como lembra a mãe!

Depois da prova de talentos, vem o desfile. E, tirando a comitiva de Ragul, a maioria parece concordar que Ulora, mesmo com a timidez voltando a tomar conta de seu olhar, é a mais bela.

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Fandar "Yezkeleth!", exclama a curandeira, cuspindo no chão alguma coisa que estava mascando. Fandar reconhece a expressão, uma fórmula popular para invocar a proteção divina. E ela diz:

- Para quem prega os mistérios dos deuses, você parece esperar muito dos olhos do corpo, meu jovem. Mas existem muitas formas de ver, que conheci a duras penas. Não é isso que ensinam os homens santos? Sábio é aquele que mostra aos outros o que vê e aceita também o que só os outros enxergam. Eu, por exemplo, preciso de você. Pode entrar aqui, por favor?

Astaroth pousa no quintal e parece estar procurando algo no chão.

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Mendagor O júri volta a se reunir. Aion vota em Ulora, enquanto as duas mulheres e os anões preferem Tanita. O jovem, vendo que a filha do mercador será a vencedora, se revolta:

- É um absurdo! Como vocês podem fazer uma coisa dessas?

A mulher mais velha, porém, o repreende:

- Deixe de impertinências, moleque. Você pode entender de camponesinhas, mas não sabe julgar uma Princesa da Cenoura.

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Guraldth Um garotinho se aproxima e diz: "Moço, minha irmã cansou de esperar e disse pra eu vir aqui perguntar se você é o escolhido".

25.4.06

Serfa (33)

Mendagor O anão escolhe Estrabão. Aion acompanha o voto de Mendagor, e as duas mulheres votam em Dirambo. Há um empate. "Sem problemas, eu mudo meu voto para esse Dirambo, agora vamos logo com isso", diz rapidamente o anão. O resultado é anunciado e Dirambo é aclamado pelo público feminino.

Começa então a competição feminina. A primeira a se apresentar é Lota, filha de Leta, a agricultora, que imita diversos animais com perfeição; depois, Drusila, filha de Maador, também agricultor, que atravessa o palco plantando bananeira; e enfim é anunciada Tanita, filha de Ragul, o mercador.

Mendagor vê o homem que o procurou antes do concurso, na primeira fila, fazendo sinais e apontando para a jovem. Tanita sobe ao palco, usando um vestido caro, jóias e toneladas de maquiagem que não conseguem disfarçar a sua aparência vulgar. Ao lado dela, sobe um bardo, que toca seu alaúde enquanto a competidora canta com sua voz de taquara rachada.

Os dois pequeninos no alto da árvore quase caem de tanto rir. Mas um grupo em volta do pai de Tanita aplaude. Alguns precisando ser cutucados, claro. E as duas mulheres do júri se levantam de suas cadeiras, batendo palmas e exclamando:

- Divina! Fantástica! Soberba!

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Mirwen Tyssine Ulora pega o anel, mas devolve-o a Mírwen.

- Obrigada, mas não posso usar. É proibido ter ajuda mágica de qualquer tipo durante o concurso. E as mantas são de meu pai, as minhas ainda não ficam tão boas - diz.

Nesse instante, Caesarparken chega e, ao perceber o problema, sugere:

- Por que você não canta, minha filha? Uma daquelas canções que eu gosto de ouvir quando estou trabalhando. Tenho certeza de que vai fazer sucesso.

- Mas... uma coisa é cantar na oficina, papai. Outra é assim, no meio de tanta gente. E nem tenho um instrumento para me acompanhar, como essa moça - ela responde, apontando para o palco, onde Tyssine reconhece o bardo que acompanha Tanita: é Enorim, com quem dançou na noite passada.

A conversa é interrompida pela organizadora:

- Vamos, menina. Está na sua vez.

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Fandar Fandar acompanha o vôo de Astaroth, que vai avançando em círculos, aparentemente sem rumo algum. Ao passar por uma cabana com telhado de palha, ouve uma mulher chamar:

- Você!

Olhando para a porta, Fandar reconhece a cega que cuidou de Maxim na véspera.

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Akanien Akanien encontra Tyssine e Mírwen com o alfaiate e sua filha, no meio da praça.

24.4.06

Serfa (32)

Mendagor Mendagor e Aion são levados à praça, onde, no local utilizado na véspera para o ritual de consagração, há um palco e um pequeno palanque com cinco cadeiras. Os jurados são instruídos a se sentar nelas e ouvem as instruções da organizadora:

- Vamos começar com o concurso masculino. Primeiro haverá a prova de talentos, e depois o desfile. Em seguida, vocês vão se reunir em segredo para votar no vencedor.

Mesmo sendo tão cedo, há muita gente em volta do palco. Um senhor toca um velho clarim, com ar de veterano de batalhas épicas que agora se limita, um tanto entediado, a anunciar disputas festivas - o velho ou o clarim, tanto faz.

Ele anuncia, um por um, os quatro concorrentes. Na prova de talentos, Dirambo, filho de Malgo, o lavrador, tenta um balabarismo com maçãs mas deixa todas caírem no chão; Estrabão, filho de Cinora, a lavradora, declama um poema tradicional ("Cenourinha quando nasce/se esparrama pelo chão", etc.); Aglaio, o órfão, aprendiz de carpinteiro, consegue tocar música usando um serrote; e Turino, filho de Leno, o pastor, toca uma bela melodia na sua flauta de Pã.

No desfile, Dirambo é o mais aplaudido pelas moças que se espremem na primeira fila, seguido por Aglaio, Estrabão e Turino. Mas muitas vezes a atenção é desviada pelos comentários jocosos de dois pequeninos praticamente idênticos que, encarapitados num ramo de uma árvore da praça, gritam zombarias.

Os jurados são chamados a se reunir para escolher o novo Príncipe da Cenoura.

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Mirwen Tyssine As elfas conseguem deixar Ulora bem melhor do que estava na hora do café. Mas, por mais que tente, Mírwen não consegue que ela ande com a cabeça erguida. Sempre tímida, não tira os olhos do chão.

As três e mais Caesarparken chegam à praça durante o concurso de Príncipe da Cenoura. Enquanto seu pai vai inscrevê-la, Ulora entra em pânico quando vê que haverá uma prova de talentos.

- Tinha esquecido dessa parte! E agora? O que eu vou fazer? - ela pergunta.

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Akanien Ao contrário da noite anterior, neste momento o Campo de Nira é uma confusão sem fim: cozinheiros e seus ajudantes correm de um lado para o outro, gritam, pessoas chegam da feira trazendo ingredientes de última hora. Em resumo, um ambiente pouco propício para Akanien tocar sua flauta.

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Fandar O único sinal que Fandar recebe vem de Astaroth, que grita para ele da janela, voa lá fora, volta à janela, chama outra vez, incessantemente, perturbando a meditação do sacerdote.

21.4.06

Serfa (32-a)

Mendagor Aion ouve com atenção os ensinamentos de Mendagor. O anão resmunga algo ininteligível. "Tanto quanto é possível num lugar como esse", responde a mulher mais velha.

Quando todos estão terminando sua refeição, a senhora que recrutou Mendagor para formar o júri entra na cela. "Venham, venham! Está tudo pronto", ela diz.

As duas mulheres se levantam e a seguem, deixando a cela. O anão vai logo atrás. Aion se levanta para ir também, mas primeiro olha para Mendagor, esperando uma orientação.

Serfa (31)

Mendagor - Bom dia, senhor. Creio que ouvi alguns barulhos estranhos durante a noite. Mas preferi ficar quieto no meu canto. Não gosto de me meter em encrencas, já tive algumas experiências desagradáveis, como disse ontem à noite. Espero que isso não me impeça de ser um bom servidor de Crisagom - responde Aion.

Os outros três integrantes do júri acordam e cumprimentam Aion e Mendagor. O anão, com a "simpatia" característica do seu povo; as duas mulheres, com frieza.

Ouvem-se duas batidas na porta enquanto todos tomam a refeição. Caio entra e avisa:

- O concurso começa daqui a meia hora.

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Mirwen Akanien Fandar Tyssine Ulora finalmente levanta o rosto, mostrando seus olhos castanhos tímidos e profundos. Ela suspira e responde a Tyssine:

- Muito obrigada... Se diz isso, e para não fazer uma desfeita a uma hóspede, eu vou. Mesmo sabendo que não tenho chances.

Caesarparken a interrompe, bem-humorado:

- Deixe de bobagens! Não ouviu o que a elfa disse?

Depois, virando-se para Mírwen e Tyssine:

- É uma pena que a mãe dela tenha morrido tão cedo, sem tempo de ensinar à filha as artes femininas. Eu faço o possível, mas das minhas mãos só saem essas roupas simples de trabalhador, não sei costurar vestidos como os das damas. E muito menos pentear ou maquiar uma jovem de um jeito que realce a sua beleza.

De fato, Ulora parece, digamos, descuidada.

20.4.06

Serfa (30)

Mendagor "Vá em paz", diz o sacerdote. "O irmão Caio vai para outra cela, onde não perturbe ninguém", promete. E assim todos (com exceção dos sacerdotes de Quiris, que se mantêm em vigília) podem dormir em paz.

No dia seguinte, Mendagor acorda com o canto do galo. Já há uma refeição posta sobre a mesa da cela, que Aion devora. O anão e as duas mulheres ainda estão dormindo.

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Mirwen Akanien Fandar Tyssine Na casa de Caesarparken, os elfos acordam com um cheiro agradável de pão quente, leite fresco, queijo e frutas, vindo do primeiro andar. É uma bela manhã, com o céu limpo e o ar lavado pela chuva da noite passada.

Ao descerem as escadas, encontram seu anfitrião conversando com uma jovem de cabelos castanhos, cabisbaixa.

- Você deveria ir, minha filha. Eu tenho certeza de que não deve nada a qualquer outra moça da sua idade - diz o alfaiate.

- Eu não tenho chances, pai - ela responde.

Caesarparken muda de assunto quando vê os quatro chegarem:

- Ah, aí estão nossos hóspedes. Espero que tenham passado bem a noite. Vamos,sirvam-se! E esta é minha filha, Ulora.

Ulora se levanta e, com uma mesura, cumprimenta Akanien, Fandar, Mírwen e Tyssine.

Serfa (29)

Mendagor O sacerdote se aproxima, toca o ombro de Mendagor e diz:

- Não duvido das suas boas intenções. Porém, se você acredita que a idade deve valer alguma coisa, a minha é bem maior que a sua e a de Caio somadas. Respeito os caminhos de Crisagom, mas você deve respeitar os de Quiris, por mais estranhos que pareçam aos seus olhos, pelo menos enquanto estiver na casa Dele. Portanto, peço que volte à cela e deixe que esta Congregação siga seus caminhos em paz. Deixe que o arado sulque o solo para que o grão possa germinar. Aliás, pelo que sei, você não deveria ter contato com ninguém até amanhã de manhã.

19.4.06

Serfa (28)

Mirwen Akanien Fandar Tyssine Apesar do dia cheio de emoções, novos amigos, descobertas e, por que não dizer, ameaças, o clima aconchegante da casa de Caesarparken permite aos quatro elfos uma boa noite de sono profundo, desta vez sem pesadelos nem visões, como se os deuses velassem pelo repouso de cada um.

Astaroth se encolhe no meio de uma pilha de retalhos e também adormece.

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Mendagor Mas, a alguns metros dali, no claustro, a situação é tensa.
O jovem se levanta, revoltado, e grita: "Como ousa erguer uma arma contra um sacerdote de Quiris num lugar santo?"

Num instante o corredor está cheio de outros sacerdotes. Um deles, o mais velho, apoiado num cajado, pergunta o que está acontecendo.