Donatar (3)

O burburinho das conversas ecoa a admiração de Akanien. Mas também são muitos os que já conheciam de sobra as maravilhas do palácio e dedicam suas conversas a temas mais sombrios. Ouvidos atentos captam aqui e ali palavras como "traidores", "assassinos", "enforcamentos".

Tudo isso desaparece quando três bardos começam a tocar seus instrumentos e um deles canta uma ode a todos os heróis de Ludgrim, que tanto brilharam no passado e que continuam surgindo para defender o reino. Num pátio cheio de descendentes de grandes guerreiros e onde há também muitos aventureiros em potencial...

Mas o aplauso não é unânime. Ao fim da canção, uma gargalhada sinistra vinda do alto chama a atenção de todos. Um elfo dourado com um traje multicolorido salta de uma das varandas do andar superior e, numa acrobacia arriscada, cai no meio do jardim, perto dos músicos.

— Heróis? Bem, heróis não salvaram o Prudente. E dizem que foram também um péssimo exemplo para o neto dele... se bem que isso não vem ao caso. Talvez os heróis de verdade tenham ficado no passado e hoje só restem sombras...

Em seguida, se afasta em direção à porta que dá entrada para a sala do trono.

Estrada Real (5)

A primeira reação de Lúdia é de surpresa e admiração. Boquiaberta, ela diz:

— L-l-lillgloo Dorthein? Você quer dizer...?

Em seguida, porém, cai na gargalhada.

— Muito boa essa, falou com tanta convicção que eu quse acreditei. Se você é Lillgloo Dorthein, eu sou a feiticeira da ilha do Lago Denégrio! Se não quer me dizer seu nome, tudo bem. Vou chamarvocê de Grandão. Vamos!

E, seguindo pela estrada, diz ao chegar a uma curva:

— Aqui é o ponto ideal. Podemos esperar os próximos viajantes.

Abrindo a sua mochila, ela oferece a Grandão as cordas para amarrá-la.

Donatar (2)

A comitiva chega ao imponente palácio real, no norte da cidade. Mesmo em dias de luto, os muros de pedras multicores da construção impressionam por sua beleza e pela vida que irradiam, resultado, dizem alguns, da feliz combinação entre arquitetos élficos e humanos que raras vezes se repetiu em Tagmar.

O conde é imediatamente reconhecido pelos guardas do portão. Ele e sua filha se dirigem ao salão do trono, para se apresentarem ao herdeiro de Darniar, enquanto seus acompanhantes são orientados a se dirigirem ao pátio interno, tornado em área comum para nobres e suas comitivas.

Ambientação

(apenas para não ter que ficar consultando os arquivos do blog)

Donatar

Donatar, a capital, também conhecida como a Pérola do Sul, é famosa por suas ovelhas, que possuem uma lã de ótima qualidade e por sua arquitetura única, que conjuga o melhor entre elfos e humanos. As casas são quase todas térreas e mesclam-se com a vegetação da cidade, que também é abundante, as janelas são grandes, em forma de arcos e possuem detalhes tão específicos, que qualquer um poderia se perder por longos momentos ao observá-los. As ruas são cobertas de britas, para evitar o lamaçal que se formaria depois das chuvas sempre abundantes na região..

A cidade é dividida em 4 seções, que designam sua principal característica: no norte, fica a Seção Nobre, se encontra o Castelo Real, , casa do rei e da corte; e também as mansões dos nobres que visitam a capital. Os melhores serviços estão nessa área, de tavernas a ferreiros e ourives, mas são poucos aqueles que podem pagar o preço cobrado. Nem é preciso dizer, que é o local com a maior presença de guardas.

A seção central é também conhecida como o Bairro dos Comerciantes, é aqui, que qualquer pessoa viria para consertar sua armadura, comprar equipamentos e mantimentos para viagem ou para passar uma boa noite na taverna, é bem vigiado durante o dia, mas um bom lugar para gatunos durante a noite.

A seção sul é conhecida como O Celeiro: lugar onde ficam as fazendas da capital, tudo o que se produz na capital em termos agrícolas provém dessa parte da cidade. A seção leste abriga os prédios governamentais e a catedral de Selimom, a biblioteca central também fica nesta seção, assim como a sede da milícia.

Estrada Real (4)

A moça dá três cascudinhos na testa de Lillgloo.

— Alô! Tem alguém aí? O MUNDO está indo para lá! É a chance do ano. O problema vai ser a concorrência.

Olhando bem para o novo amigo, ela diz:

— Ei, você é grande. Poderia bancar o soldado. É sempre um belo golpe, que tal? Você finge que me prende, e que precisa de alguém que fique me vigiando. Depois é só limpar as cargas dos otários.

Donatar (1)

A viagem prossegue e, à medida que o grupo vai se aproximando da capital do reino, a estrada parece mais movimentada. Caravanas, viajantes solitários ou em pequenos grupos, a cavalo, a pé, em carroças e carruagens, todos se dirigem a Donatar.

Ao passar pelos portões ds grande cidade, a impressão é reforçada. Mesmo quem já esteve nela antes se surpreende com o burburinho, vozes de todas as raças e de diferentes sotaques.

— Vamos direto ao castelo — anuncia o conde. Preciso me apresentar ao novo rei antes de mais nada.

Magarak (16)

O enviado divino cumprimenta Tyssine e depois explica que os dois pequeninos já vão bem afastados, em direção oposta à do grupo. O conde de Magarak intervém:

— Bem, neste caso é melhor deixarmos que este mal menor, que já foi remediado, seja punido depois. Caso contrário, vamos acabar desperdiçando o tempo que ganhamos e não chegaremos a tempo. Vamos!

Em seguida, ele agradece ao Falcão, faz um breve discurso lembrando a antiga aliança de sua família com o culto a Crisagom e promete restaurar o altar ao deus que ainda existe em suas terras, tão logo volte da capital.

Os pedaços da corda original são suficientes para restaurar a ponte, de forma que Mírwen pode recolher a dos minis.

Magarak (15)

Todos chegam sãos e salvos ao outro lado do penhasco, para alívio do conde e da sua filha. O nobre pede para examinar a corda e pergunta a Mírwen, curioso:

— É uma corda élfica? Nunca vi nada parecido!

O Falcão da Justiça, depois de examinar os arredores num rápido vôo, retorna e diz a Mendagor que a região parece segura.

— Vi apenas dois pequeninos numa estrada secundária, cavando um buraco provavelmente para preparar uma armadilha. Não me surpreenderia se descobrisse que foram eles que cortaram as amarras desta ponte.

Magarak (14)

O enviado divino leva primeiro Fandar e depois Mendagor até o outro lado do abismo, voltando em seguida para prender a corda na ponte e levar a outra ponta até os sacerdotes.

— Tem certeza de que esse fiozinho vai agüentar o peso? — pergunta o conde, desconfiado, ao ver a corda dos minis.

Entretanto, do outro lado do abismo, Mendagor, Fandar e o Falcão puxam a ponte e conseguem amarrá-la às estacas, usando os pedaços de corda que estavam ali.

Estrada Real (3)

A moça faz sinal a Lilgloo, pedindo silêncio, e o conduz a um esconderijo seguro, para só então responder:

— Todo gatuno deste lado do céu é meu irmão e minha irmã. Se quer me agradecer, é só estar pronto a fazer o mesmo quando um de nós precisar. Aliás, vamos falar de negócios. Parece que o melhor lugar no momento é a capital do reino. Está tentando ir para lá também?

Magarak (13)

O Falcão da Justiça analisa bem a situação, verifica as condições da ponte, pensa um pouco e responde a Mendagor:

— Não sei se eu teria força para, sozinho, voar com a extremidade solta da ponte até o outro lado. Mas posso levar um ou dois de vocês para lá e juntos teríamos como fazer o serviço. Quem vai?

Estrada Real (2)

Os esforços de Liligloo são inúteis. Por mais que se esforce, continua bem preso. Depois de algum tempo, entretanto, alguém se aproxima por trás e cobre sua mão com a boca. Uma voz feminina diz:

- Silêncio, vou tirar você daqui.

Ele percebe as cordas que prendem seus pulsos sendo cortadas. Depois, vê a moça que o soltou cortando também as amarras dos pés.

- E agora tente me seguir mas sem fazer barulho, pelo amor de Cambu! - diz, esgueirando-se para fora da estrada.

Magarak (12)

Vendo a confusão em que se encontra a sua escolta, com todo mundo discutindo e ninguém chegando a uma conclusão sobre o que fazer, Nária não consegue deixar de perguntar a seu pai, em voz baixa (mas não tanto que Mírwen não possa ouvir):

- Tem certeza de que eles são heróis, pai? Talvez Durvalis tenha se enganado...

As dúvidas, porém, se dissipam quando o Falcão da Justiça surge planando sobre o abismo:

- Honra aos bravos!

COMENTÁRIOS:

Mírwen

-Os Deuses só amparam aqueles que julgam merecedores, diz Mirwen sem dirigir a palavra a ninguem.

- Mendagor, como não temos corda o suficiente para meus planos, o servo da justiça poderia usa-lo para prender a ponte do outro lado!

Fandar

Fandar permanece em silencio...

Tyssine

Vendo que forças maiores se ocupam da missão agora, Tyssine apenas pergunta ao Falcão da Justiça:

- Há algo que eu possa fazer para ajudar?

Mendagor

- Honra aos justos!

- Servo de Crisagom, a ponte que vês foi destruída por vândalos por algum motivo vil.

- Estamos a caminho de Donatar, para prestar nossas últimas homenagens ao rei morto. Peço-te para que ergas a ponte do outro lado, amarrando-a bem. Em seguida, atente para que do outro lado não tenha nenhum bandoleiro em tocaia.

- Tua presença aqui e teus atos são provas da misericórdia de Crisagom sobre aqueles que o servem!

Magarak (11)

"Este é Erlon", responde o conde, para na mesma hora ser corrigido pela filha.

— Não, pai. Erlon é o da elfa. Fandar está montando Anail, Mendagor está em Tempestade e Akanien em... qual é o nome desta? Fiona! — diz Nária.

— Ah, sim, é verdade. Você sempre conheceu os cavalos melhor do que eu — responde o nobre.

Feitas as apresentações, a viagem prossegue. Malowi, salva pelos poderes de Fandar, aos poucos vai se recuperando sob os cuidados de Tyssine. No dia seguinte, já arrisca alguns vôos, que Astaroth acompanha com desconfiança, gritando sempre que ela se aproxima muito de seu dono.

O grupo chega então a uma ponte de tábuas e corda sobre um desfiladeiro. Ou melhor, ao local onde deveria haver uma ponte. Ela arrebentou (ou foi cortada) do lado de lá, e se encontra pendurada sobre o abismo. O abismo é de 40 metros, e o vão até o outro lado (ou seja, a distância da ponte) é de 9 metros. Do lado em que o grupo está, a ponte parece bem fixada.