Belian (2)

Diana leva Akanien, Mirwen e o príncipe para uma espécie de galpão.

- Acho que aqui será melhor do que em qualquer casa. É mais discreto - explica. - Agora, vou buscar comida e algumas mantas para passarmos a noite.

Em seguida, ela se retira. Akanien e Mirwen ficam apenas na companhia do príncipe e de um rato que passa procurando comida. Uma hora depois, Diana volta, acompanhada de uma senhora enrugada e curvada.

- Desculpem, mas não tive como evitar - diz a jovem condutora. - Esta é Dona Nagyr, a mulher mais velha e sábia da aldeia. Ela insiste em falar com vocês.

Balinor (3)

Um rato atravessa o caminho e a mulher o acompanha com o olhar, permanecendo por isso algum tempo em silêncio, pensativa, antes de responder a Tyssine:.

- Não, nenhum forasteiro esteve aqui. Eu saberia, esta é uma cidade pequena. E agora ficou ainda menor. Toda ajuda que venha da capital será muito bem-vinda. Mas acho que precisamos mesmo é recuperar o moral de nosso povo. Levantar o ânimo, compreende? Só assim poderemos nos recuperar dessa tragédia. Há algum bardo entre vocês?

O vento sopra nos ouvidos de Fandar uma resposta negativa.

O fogo começa a consumir a lenha e os corpos, produzindo uma fumaça densa que sobe ao céu como as almas dos justos para o reino de Cruine.

Muitas pessoas choram e lamentam.

Removendo algumas pedras, Jessyca percebe uma mão saindo dos escombros.

Balinor (2)

A mulher lê o documento apresentado por Tyssine e, após uma saudação respeitosa, diz:

- Conte comigo no que for preciso. Gostaria de receber notícias da capital, mas isso pode ficar para depois. No momento, a minha prioridade é reconstruir esta cidade.

Orientados por Fandar, os balinores transportam os mortos até o cemitério, localizado fora do perímetro da cidade. Lá, diante de uma capela dedicada a Cruine, começam a erguer uma pira.


Jessyca encontra um cenário de desolação, com os habitantes da cidade tentando reconstruir suas casas. Ao chegar perto de um monte de ruínas, percebe um som vindo dos escombros, uma voz muito fraca, gemendo.

Balinor (1)

A cidade estava mais longe que parecia, e só depois de mais um dia de travessia pela tortuosa estrada que contorna as montanhas o grupo chega ao seu destino.

O cenário que encontram é de desolação. Muitas casas estão destruídas e queimadas, outras apresentam evidente risco de desabamento. Na entrada da cidade, cerca de oitenta pessoas, com expressões que vão da tristeza à revolta, tomam conta de algo que só ao se aproximarem os viajantes percebem ser um monte de corpos cobertos por lençóis.

Belian (1)

Diana vira a carroça na direção da aldeia.

- Bem, já que está mesmo anoitecendo, não seria mal termos um teto, não é mesmo?

De fato, quando os viajantes chegam à aldeia de Belian o crepúsculo já tinge de tons escuros o céu.

A aldeia tem algo entre 20 e 30 casas. À chegada da carroça, várias pessoas vêm cumprimentar Diana e perguntam, amistosamente, quem são os forasteiros.