Eldair (13)
- Bem, vou dizer o que sei. Sei que nunca mais quero pôr os pés naquele lugar - diz a mulher, que em seguida conta a sua história:
Eu e meus companheiros saímos de Galatel em busca das riquezas que diziam existir nas montanhas, esperando para serem colhidas como figos maduros. Felizes os que desistiram depois das primeiras semanas vagando sem encontrar coisa alguma, com as provisões acabando! Antes eu tivesse também voltado para casa. Em vez disso, com mais uns poucos amigos segui me embrenhando cada vez mais nessas terras abandonadas. Em vez de riquezas, o que encontrei foram esses malditos goblins, que nos capturaram e nos obrigaram a trabalhar como escravos nas suas obras.
Eles estão reconstruindo Eldair, mas transformando-a numa cidade goblin. Há mais humanos escravizados, e alguns elfos também. Os que morrem no serviço são transformados em zumbis e esqueletos para voltar ao trabalho.
O sacerdote se chama Gorka e fala um pouco de malês, apenas o suficiente para nos dar ordens. Anda sempre com um sujeito que é alto demais para ser um goblin. Pode ser humano, mas sempre está envolvido num manto roxo e por isso nunca vi seu rosto.
Berizin, meu amigo que morreu na noite de ontem, conseguiu prestar atenção suficiente nas conversas deles para entender um pouco da língua goblin, sem que nossos captores percebessem. Ele achava que isso seria útil para uma fuga, pobre coitado. De qualquer forma, pelo que me falou, Gorka está transformando o templo de Palier num templo para cultuar um deus chamado Ainakere. Além disso, Gorka acredita que existe uma relíquia escondida no templo.
Matamos um bocado de goblins ontem, mas ainda existem pelo menos mais uns 50 armados. Os mais perigosos são Tru, o feitor de escravos, e Bangar, o mestre dos lobos. Como eu queria ter enfiado minha lança num daqueles vermes! Mas agora ficarei mais feliz ainda se puder voltar para casa.
O Enviado se aproxima dela e diz:
- Seu pedido será atendido, Farine Taranitla. Eu a levarei a um lugar seguro, de onde poderá regressar para Galatel.