Serfa (27)

Enorim ouve a história de Tyssine com atenção, dando algumas risadas de vez em quando, e interrompendo de vez em quando com um "ora, ora" ou um "vejam só". Depois de lamentar que a elfa já queira se recolher, apesar da sua insistência em mais uma dança, ele acrescenta:

- Amanhã é o grande dia do festival. Pela manhã, haverá a escolha do Príncipe e da Princesa da Cenoura; à tarde, o concurso de cozinheiros em que seu amigo vai concorrer. Ao que parece, o mordomo do rei estará presente. Pelo que sei, veio com uma pequena escolta, apenas protocolar, pois ninguém em sã consciência ousaria atacar um homem de confiança de Sua Majestade. Bem, espero vê-la amanhã, ainda que sua presença possa ofuscar o brilho do desfile das princesas.

Com uma mesura, ele se despede de Tyssine e de Fandar, a quem agradece pelo cuidado que teve com o alaúde. "Soube de colegas meus que não tiveram a mesma sorte; instrumentos melhores que este já foram devorados pelo fogo em mãos menos zelosas. Se algum dia precisar, cuidarei do seu corvo com a mesma atenção", ele diz.

Antes que se afastem muito, Enorim já está dançando com outra moça.

Astaroth chega voando e pousa no ombro de Fandar enquanto os dois se aproximam do Campo de Nira e vêem Akanien e Nemo junto a uma árvore.

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"Nesse caso", argumenta Nemo, "os homens que alcançam glórias nesta vida são aqueles de menos talento, pois usam justamente os que os deuses não lhes concederam. Bem, já chega de paradoxos por hoje. Parece que seus dois amigos estão chegando".

E aponta para a estrada, onde Akanien pode ver Tyssine e Fandar - este com Astaroth ao ombro.

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"Com todo o respeito, senhor", diz o jovem com voz firme, "devo lembrá-lo que é um hóspede nesta casa. E que um hóspede não deve contestar as normas de quem lhe oferece um teto. Se me permite, tenho obrigações a cumprir. Boa noite."