Serfa (17)

A luz que emana das mãos de Fandar se espalha sobre o peito de Maxim, mas não é o bastante para reanimá-lo. Uma mulher cega, vestida com uma pele de carneiro e cheia de colares e pulseiras feitos de conchas e ossinhos, é levada para junto do homem. Ela o examina com as mãos e ouve o seu peito. Todos em volta parecem respeitá-la, aguardando seu veredicto. Finalmente, ela anuncia:

"Este homem está vivo, mas precisa de sérios cuidados. Levem-no para minha casa."

O guarda encontra logo dois "voluntários", que, a contragosto, vão embora carregando Maxim, junto com a velha.

O discurso de Tyssine não soa muito convincente. Talvez por causa de Bitruk, que, ao seu lado, fica o tempo todo dizendo: "é verdade, é verdade", com um choro mal fingido e um sorriso cínico. "Ela é uma feiticeira também!", alguém grita.

No entanto, o elfo se apressa a defender o grupo. "Vocês não viram nada, então calem a boca! Eles apenas agiram em sua própria defesa", ele diz. Ao mesmo tempo, Fandar impõe respeito como sacerdote e o burburinho silencia.

O guarda, ainda um pouco indeciso, põe os curiosos para circular - alguns vão atrás da curandeira, com a esperança de vê-la em ação. Depois, reúne Tyssine, Fandar, Akanien e Mírwen.

"Muito bem, parece que vocês estão com a razão. Mas não gostamos desse tipo de interferência aqui em Serfa. Da próxima vez, chamem a guarda da cidade em vez de ficar fazendo justiça com as próprias mãos", aconselha, em tom amistoso, porém firme. "Agora, vamos ver esse Truagrô de quem vocês falam. Mas e esse pequenino?", pergunta.

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As duas mulheres se entreolham, como se estivessem tentando entender se a pergunta era realmente dirigida a elas. Enfim, a que parece um pouco mais velha responde:

"Cavalheiro, nós estamos aqui para salvar este concurso. Esse bárbaro que nos acompanha só pode ser uma piada dos organizadores. Seu jovem amigo é inexperiente demais para uma tarefa de tal porte. O senhor... bem, sem ofensas, o senhor talvez conheça um pouco de beleza. Mas são necessárias duas damas como nós para julgar quem de fato tem o charme, a graça, o... o aplomb que se espera de uma Princesa da Cenoura. Se é que alguma dessas roceirinhas sabe o que é isso, o que acho pouco provável. E não, não somos daqui. Ou a senhora que o chamou não disse que só pessoas de fora são aceitas no júri, para evitar parcialidades?"