Magarak (5 - atualizado)
O conde ouve a descrição de Mírwen. Passa alguns instantes calado, pensativo, como se estivesse tentando se lembrar de alguma coisa. Por fim, responde:
— Lamento, mas nada sei sobre seu amigo. Talvez seja mais fácil termos notícias dele em Donatar.
Nária, enquanto isso, responde a Akanien, com um sorriso amarelo:
— Desculpe-me. É que não ando bem disposta ultimamente.
Ela toma um gole de vinho e acrescenta:
— Diga-me com sinceridade: às vezes você não tem a impressão de que tudo nesse mundo é ilusão? Os grandes senhores, a pompa das cortes, as negociações diplomáticas, todas essas coisas de que falam com tanta seriedade, tudo isso não dá a impressão de que vai se desmanchar como se fosse uma miragem, como aquelas que enganam os pobres viajantes que se perdem pelo Campo Branco? Será que o mundo inteiro é um imenso Campo Branco e ainda não nos damos conta disso, achando que vivemos numa terra fértil que é só ilusão?
Alheio a esse diálogo, o conde ouve as histórias, as ponderações e as informações de todos. Inicialmente, dirige a palavra a Tyssine:
— Não me agrada discutir política numa situação como esta, minha cara. Mas é do conhecimento de todos que, segundo as leis humanas e divinas, e os ensinamentos dos sábios confirmam, os mais frágeis só têm a ganhar pondo-se sob a tutela dos que podem protegê-los. O tributo que os plebeus pagam aos nobres é de fato bem pouco diante do bem que recebem em troca. Seus amigos que estiveram em Magarak Menor certamente poderão confirmar o que digo.
Depois, agradece a Mendagor pelas informações e promete:
— Cuidarei disso, prezado sacerdote. Enviarei reforços na medida das possibilidades do condado para garantir que um mal tamanho nunca se repita em meus domínios.
Neste momento, Nária engasga com o vinho e tosse. O conde rapidamente muda de assunto e, levantando-se da mesa, convida Fandar a examinar melhor a grande tapeçaria, e explica, com orgulho:
— De fato, há muita história por aqui. Este é o tataravô de meu tataravô, o primeiro conde de Magarak. Foi ele quem libertou a região dos orcos. Esta figura mostra a sua vitória num combate singular contra o chefe supremo dos orcos, conhecido como Magar, o traiçoeiro. Apesar de suas trapaças e covardias, terminou subjugado por meu antepassado, que assim recebeu o título de "Magar-id`-ak", o algoz de Magar, que com o passar dos anos acabou abreviado para Magarak. Depois desta batalha decisiva, ele enxotou o que restava das hordas de orcos para além do rio Caluste...
— ...com exceção dos que foram escravizados para construir esta torre, é claro — complementa Nária, num tom sarcástico.
O conde respira fundo.
— Ah, sim, uma lenda pitoresca contada pelos aldeões. E todas as histórias sobre maldições e pactos secretos com um rei dos orcos no subterrâneo. Nária poderá contar todo esse folclore mais tarde, ela parece ter um prazer especial em desmerecer a própria linhagem.
E aí, o que você faz?5
No momento em que Naria engasga, Fandar discreta e rapidamente olha para a moça, depois quando ela fala dos orcos escravizados a olha novamente só que dessa vez no fundo dos olhos, seu semblante demonstra grande interesse no que ela diz, porém em um instante seu semblante se desfaz retornando a expressão vazia de antes. durante toda a conversa ele permanece em silêncio limitando-se a lançar um olhar preocupado para Tyssine em um momento que possa fazer isso sm ser percebido por mais ninguém além dela...
E.J: A seguir teremos "as crônicas de Nária: a princesa, o orco escravo e o guanda roupas"
huahuahauhauahuahauhauahauhauauha
Tyssine acena com a cabeça, concorcando que aquele não é o momento mais propício para se falar em política.
Em seguida ela ouve as palavras de Mirwen e complementa:
- Sim, seria bom partirmos o quanto antes para Donatar afim de prestar nossas homenagens, Mirwen. Concordo com vc que, se fosse possível deveriamos partir assim que amanhecer. Com as boas estradas, deveremos chegar lá em breve. Mas até lá, vamos aproveitar o fortuito encontro desta noite.
O olhar de Fandar assusta Tyssine que assim que puder irá se aproximar do sinistro sacerdote e perguntará baixinho, de forma que só possa ser ouvida ou percebida por ele: O que houve? Acha que estas lendas podem ter haver com o que se anuncia?
Fandar responderá a Tyssine: "Não duvido que as coisas tenham conexão, mas preciso averiguar..."
"Conto com sua perspicácia, Fandar", responde Tyssine.
Postar um comentário
<< Home