Magarak (4)
Algumas horas depois, Durvalis reaparece no salão e pede que todos subam com ele até o primeiro andar. Chegando lá, encontram um rico salão. Cortinas de veludo vermelho cobrem as janelas, e as paredes de pedra são decoradas com tapeçarias que mostram nobres guerreiros vitoriosos em batalhas contra orcos. Candelabros e uma lareira iluminam o ambiente.
Pouco depois, entra um homem de seus cinqüenta anos, acompanhado de uma jovem de menos de vinte. Os dois usam roupas simples, porém elegantes. O homem tem um anel com uma pedra verde e sua capa tem um escudo bordado, no qual se vê uma cabeça de orco. A moça tem o cabelo preso numa longa trança.
Durvalis faz uma reverência e procede às apresentações:
— Senhor, estes são Akanien, Fandar, Mendagor, Mírwen e Tyssine, os heróis de quem lhe falei. Meus caros, conheçam o conde de Magarak e sua filha, Nária.
O mordomo se retira e o conde toma a iniciativa da conversa:
— Durvalis me falou de feitos extraordinários, mas gostaria de ouvir de vocês mesmos o que aconteceu. Por favor, contem-me tudo.
E convida todos para se sentarem à mesa de jantar, já servida com cestas de pães. O conde ocupa uma das cabeceiras, e Nária, com ar distante, fica na outra ponta.
E aí, o que você faz?7
Tyssine polidamente se apresenta e relata ao conde tudo o que ocorreu com o grupo, contando com paixão os detalhes mais interessantes:
- Bom, narrarei ao senhor e a Mylady Nária tudo que ocoreu nos últimos dias. Em verdade, até apenas 6 dias eramos completamente estranhos uns aos outros. Eu havia acabado de guiar um grupo de viajantes até Serfa e decidi aproveitar para descançar um pouco na cidade e aproveitar o festival da cenoura, que tantas recordações boas já me deu na infancia. Contudo, nossos caminhos foram logo entrelaçados. Na ausência de hospedagens, acabamospor ficar todos na casa de um simpático senhor chamado Ceasarparken. Foi assim que nos conhecemos.
E Tyssine segue com seu relato, contando, entre um gole e outro de vinho sobre o primeiro encontro com Truagô e o roubo de seu ingrediente secreto para a surpresa de cenoura; o desmascaramento de Maxin; a fraude no concurso da princesa cenoura (dizendo que mendagor poderia dar maiores detalhes, pois ele foi um dos juizes do concurso e, também um dos responsáveis por restabelecer a justiça na competição) e a tentativa de ataque a residência de Cesarparken; o início da viagem (Tyssine omite como ela conseguiu Argo); o desvio pela floresta; a chegada a aldeia; a descoberta do covil dos sequestradores das crianças e o seu resgate das garras de Ziana, com a luta contra o demônio que lhe feriu os olhos e, por fim, o reencontro com Mirwen e Akanien, que a faz pensar que o mapa é bastante impreciso sobre a extensão da floresta, posto que eles chegaram quase ao mesmo tempo que Tyssine, estando ao menso 2 dias de distância de viagem.
O conde ouve com atenção e pede informações sobre a localização da aldeia, da qual nunca tinha ouvido falar mas que, pelo jeito, fica dentro das suas terras.
- Se estivesse sob minha proteção, isso nunca teria acontecido - garante.
"infelizmente nós não mapeamos o caminho, Mylord. Confesso ser uma atitude imprudente, mas com a morte do Grande Darniar e todos os acontecimentos aqui narrados por Milady Tyssine, creio que não atentamos para este detalhe. Talvez o senhor Durvalis tenha tomado esta providência" Diz Fandar, na tentativa de afastar seus companheiros da politica interna do local.
Tyssine compreende de imediato as inteções de Fandar e acena com a cabeça concordando com sua justificativa.
E Tyssine complementa:
- Contudo, isso que eu contei ao senhor é apenas metade da história. Akanien e Mirwen seguiam um pouco afastados de nós e realizaram o espetacular feito de conseguir descobri o caminho mais rápido entre Serfa e Magarak, além de terem enfrentado alguns bandidos que tentavam roubar seus impostos, senhor. Akanien, Mirwen, contem-nos um pouco sobre como conseguiram este feito!
"Essas paredes, essa torre, parecem possuir um história fascinante..."
Diz Fandar demonstrando grande interesse pela torre antigo
Tyssine, contudo pondera:
- Sim, Mendagor, mas se aquela aldeia era até então desconhecida no condado de Magarok, creio que nenhum de seus habitantes realizou qualquer juramento de vassalagem. Assim, o termo vassalo seria inapropriado e, honestamente, não me sinto confortável em ser portavoz da vontade ou não de uma comunidade em receber um regimento militar. Mas está é uma questão que cabe ao Conde, que governou com tanta sabedoria este povoado responder no momento. Penso que o senhor esteja certo em se preocupar com o que ocorre em seus domínios. Deixe-os isto então nas mãos daqueles a quem cabe esta decisão. Por hora, creio que um mal maior se abateu sobre noso reino, jogando um véu de luto em nossos corações Diante disso, talvez todas as questões vividas por nós até o momento sejam pequenas demais. Afinal, vejo que este condado teve uma importante participação na guerra, onde o prudente se tornou nosso rei. Ou seja, a história do reino de Ludgrin também é a história de Magarok e um efeito destas proporções deve ter um efeito tanto em Donatar quanto aqui.
Saber como Mirwen e Akanien chegaram até aqui antes de nós, satisfaria minha curiosidade como elfa e como rastreadora, dando-me o prazer de traçar até mesmo um novo e mais correto mapa da região, mas talvez tudo isto seja insignificante perto da noite em que vivemos nestes dias e da aurora que já surge no horizonte.
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