Estrada para Verrogar (4)
A comitiva pára. A mulher e um dos homens, vendo que o grupo está cercado, levam a mão às suas armas. Porém, o líder ergue a mão e diz:
- Calma.
Os dois obedecem.
O líder, dirigindo-se ao cavaleiro que acompanha Tyssine, pergunta:
— Qual o motivo desta interrupção? O regente mudou de idéia e resolveu nos convidar de novo para sua coroação?
E aí, o que você faz?34
Tyssine se aproxima da comitiva e cordialmente responde:
- Senhores, vocês são membros de uma comitiva diplomática e como tal não serão atacados neste reino. Fiquem tranqüilos.
- Infelizmente não trago comigo um convite imediato para a cerimônia de coroação. Na verdade tenho algumas perguntas, pois suspeito que nossos dois reinos podem ter sido envolvidos em uma rede de intrigas muito maior do que poderíamos imaginar. Em nome da paz entre os reinos do sul de nosso continente, peço que os senhores e a senhora colaborem conosco.
O verrogari sorri.
— Que há uma rede de intrigas não é novidade, pois só isso explicaria eu ter sido expulso de Ludgrim. Se alguém tem motivos para estar intrigado, sou eu. Mas quem me pede colaboração?
- Desculpe-me por não me apresentar, senhor. Sou Tyssine, da casa dos Tael, que há séculos ajudaram a fundar este reino. em sua retarguada estão parte da guarda real de Ludgrin.
Em seguida ela mostra o selo real
- Estou aqui em nome do reino de Ludgrin. Os senhores poderiam me dar a honra de também saber com quem falo?
Dois membros da comitiva mostram sinais de irritação.
O embaixador olha para o selo real. Aprumando-se sobre seu cavalo, responde a Tyssine, a quem olha de cima para baixo:
— Amarun, duque de Freva, embaixador plenipotenciário enviado pelo rei Attos II e pela Mesa de Aço.
Tyssine ignora a irritação dos outros e chama Akanien, dizendo:
- Akanien, por favor, se aproxime.
Em seguida ela se dirige paraAmarun e responde:
- Fico feliz que Verrogar tenha enviado tão honrado embaixador as nossas terras. O que eu gostaria de saber é o motivo da vinda de sua comitiva a nosso reino.
— Por Blator! Viemos prestar nossa última homenagem a Darniar I e festejar a coroação de seu filho — responde Amarun.
- Pois bem, senhor. Neste caso creio que nosso inimigo seja mesmo que o seu, uma vez que ele sugeriu que esta comitiva vinha com a missão de assistir a um duplo funeral, o do rei e de seu filho, bem como de iniciar uma guerra contra o reino de Âmien. E ainda mais, isso colocaria Verrogar em meio a uma conspiração demoníaca, algo em que não quero acreditar, independente da chacina que vosso reino venha provocando junto aos de minha raça - fala Tyssine.
— Meus inimigos são certamente os mesmos que os de Ludgrim... Espero que o novo rei saiba quem são eles. Mas o que tinha de ser dito sobre isso foi mandado numa carta — responde o embaixador. — E agora, com licença, tenho uma longa viagem pela frente.
Perdoe-me, senhor, mas peço que mude seus planos. Por favor, acompanhem-nos de volta ao palácio de Donatar, onde poderemos esclarecer de uma vez por todas que ou o que gostaria de por nossos reinos em guerra.
A mulher se aproxima do embaixador e os dois conversam aos cochichos. Ele, então, anuncia:
— Pois bem. Que o engano seja desfeito e estes dois reinos possam caminhar juntos. Vamos a Donatar!
Tyssine acena com a cabeça, abrindo um sorriso cordial, que no fundo, esconde todo seu desconforto por estar junto daqueles que foram responsáveis pelo extermínio de tantos de seus irmãos.
Em seguida ela reune os homens e Akanien, dizendo:
- Homens, nossa missão aqui está cumprida. Voltemos a Donatar. A verdade nos aguarda!
EJ: Cd o Gugs?
As duas comitivas cavalgam para a capital.
No caminho Tyssine tentará conversar com a comitiva verrogari, perguntando quem realizou o convite para o enterro do rei e para a coroação do novo soberano.
Além do embaixador, há os dois homens armados com espadas, um aparentemente desarmado e uma mulher. Com quem Tyssine tenta falar.
Ops, faltou a interrogação. Com quem Tyssine tenta falar?
Com a mulher e com o homem desarmado.
Nenhum dos dois dá atenção à elfa.
Tyssine insiste, perguntando:
Por que os ilustres senhores se recusam a falar comigo. Por algum acaso a mudança no enredo desta macabra história de alguma forma os incomodou?
Os dois permanecem calados.
Tyssine recua um pouco e pergunta aos homens armados:
- Quem são eles? Por que estão tão quietos?
Os dois conversam entre si em dialeto verrogari e não respondem a Tyssine.
Tyssine volta então a perguntar a Amarun:
- Sir Amarun, todos de Vrrogr são assim tão hostis a conversas com estrangeiros ou com elfos? Se o forem, por que tentaram dialogar com um reino cuja a marca principal é o encontro entre elfos e humanos.
Enquanto isso, o silêncio de Akanien preocupa Tyssine. Ele está calado a horas e ela não consegue saber que tipo de angustia alimenta -se de su coração.
— É a timidez de homens pouco acostumados a viagens deste tipo. Além disso, estão cansados da viagem — explica o embaixador.
EJ: Marcos, está de dia ou de noite? Estamos viajando sem parar a quantas horas?
Akanien permanece quieto o tempo todo. Seu semblante fechado, apático, sem expressão e sem a vivacidade de um músico elfo esconde o completo desprezo e nojo que nutre pelos verrogaris.
Essa foi a única saída para Akanien. Ele teria que andar com as abominações que assassinaram elfos por mera diversão. Deveria acompanhar os cavalos que carregam em seus ombros o peso da destruição. Deveria ouvir as palavras torpes e enganadoras que saem das pérfidas bocas daqueles que só pregam o sangue.
Essa era a única saída que Akanien tinha para honrar a vontade do rei de Ludgrim: a completa ausência de expressão, traduzida, em sons, pelo silêncio.
Tyssine responde:
- Entendo, entendo... Deve ser mesmo difícil para homens e mulheres como eles realizar viagens diplomáticas, não é mesmo. Afinal, nelas a pena fala mais alto que a espada.
Tyssine ainda pensa em falar mais, porém teme se exceder. então fica em silêncio, contendo seus impulsos, tirando forças do legado de união deixado pelo rei.
— Exatamente — responde o embaixador.
Tyssine segue o restante da viagem em silêncio.
EJ: pelos meus cálculos, Tyssine, Akanien e a guarda estão viajando a mais de 8 horas. Caso eu esteja correto, segue a ação a seguir.
AC: Tyssine diz aos homens:
- Nobres cavaleiros de Ludgrin. Estamos cavalgando a horas e nossos corpos, assim como os de nossos animais estão cansados. Proponho pararmos por algumas horas. (Tyssine utilizará seus conhecimentos de navegação, terreno e rastreamento para determinar a localização do rio mais próximo).
- Assim que encontrarmos um local apropriado descansaremos um pouco. Aproveitem para se alimentar, cuidar dos cavalos e fazer suas orações.
Virando-se para os verrogaris ela diz:
- Senhores, creio que demoraremos um pouco ainda para chegar a Donatar. Aproveitem a paz que permeia nossa atmosfera e descansem um pouco.
Tyssine tentará combinar com Akanien uma escala de turnos de guarda, para que ambos possam recuperar seu karma.
Os verrogaris aceitam a sugestão de Tyssine mas prendem seus cavalos a cerca de 50 metros do grupo de Ludgrim, rio acima.
Tyssine pede aos guardas que vigiem constantemente os verrogaris. Em seguida ela propõe a seguinte escala de descanso. Ela e metade ds homens dormirão por 4 horas. Depois Akanien e a outra metade dormem por mais 4 horas. Nesse intervalo, quem estiver acordado se encarrega de preparar a comida (primeiro grupo) e de desmontar o acampamento e preparar a partida (segundo grupo).
E.J: Tyssine planejou a escala pensando no fato que Akanien ADORA cozinhar....
EJ: Tenha certeza disso!
EJ2: Tyssine faz o ritual para recuperação de karma.
EJ: Marcos? Gugs?
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