Donatar (77)

Por mais que pense, Akanien só consegue lembrar que a urtiga-do-diabo é um veneno mortal e que Hermeto, o herbalista, era um grande comprador. Não há cura conhecida, tanto que ninguém conseguiu salvar o rei.

— Acredito que possa ter sido outra insídia élfica, apesar de não haver mais nenhum no palácio agora. Mas isso significa que termos que acelerar o funeral de Darniar I e a coroação, ou o caos pode tomar conta do reino. Temo até que o príncipe não consiga participar da cerimônia — diz o nobre.

Um dos anciãos se aproxima e diz, cauteloso:

— Senhor, sei que não deveria tocar no assunto. Mas se alguém pode saber como enfrentar este veneno, é Hermeto. Permita que eu tente falar com ele na masmorra.

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— Kruinith Askayalah — responde o sacerdote.

Ele se senta num banco e ouve atentamente o relato de Fandar. Em seguida, levanta-se, apoiado no seu cajado.

— Eu mesmo estou encarregado de enviar a alma do rei para Cruine e seu corpo para as chamas. Pelo que sei, o corpo está sendo protegido por guardas para evitar qualquer profanação.

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— Veja, Tyssine, eu não preciso lembrar que a história deste reino foi construída pela aliança entre homens e elfos. Se nos corações dos homens não houver mais um mínimo de amor pela justiça e pela verdade, nada mais nos resta. Há ainda duas ou três pessoas de bem entre os ministros. Mas creio que eu deveria falar com eles em particular para pedir sua ajuda e desmascarar a farsa. Estou certo de que ao saber do que realmente aconteceu eles estarão dispostos a recuperar o legado de Darniar I, diga o príncipe o que disser — diz Eneon.