A Aldeia (14)

O Falcão da Justiça (provavelmente feliz por não ter que enfrentar nenhum anão maluco desta vez) surge com uma espada nas mãos e a entrega a Mendagor. Sua lâmina brilha intensamente à luz da tocha.

— Quem luta pela Justiça nunca estará desarmado — ele diz.

Em seguida, assumindo a forma de uma ave noturna, voa rapidamente rumo à saída da caverna.

Seguindo pelo caminho da direita, o grupo pode ouir cada vez mais nitidamente os choros e gemidos das crianças. E duas vozes de adultos.

Os três aventureiros logo chegam à entrada do local de onde vêm as vozes. É um salão de forma oval, com cerca de 12 metros de extensão. Diversas crianças estão amontoadas numa gaiola de madeira. No extremo oposto do salão, há uma abertura para outro corredor. Dois homens, também armados de gládios e punhais, como o que acabaram de derrotar, estão discutindo.

— Não agüento mais isso! Não me contrataram para ser babá. Vou dar um jeito nesses moleques.

— Tudo bem, mas você lembra do que Ziena disse. Eles não podem ter nenhum corte ou marca antes do ritual.

— Ora, e daí? Eu não posso impedior que acidentes aconteçam, não é? Não posso impedir que um deles escorregue no limo e rale a cara na pedra para aprender a ficar quieto, posso? Ziena que se vire depois.