A festa
Apesar de tudo, a vida é bela. O reino de Ludgrim está em paz, governado com justiça pelo sábio meio-elfo Darniar I. O outono é ameno e a safra de cenouras é a melhor das últimas décadas. Este ano, a 358ª Festa da Cenoura, na cidade de Serfa, promete.
Chegar ao famoso entreposto comercial no meio da Estrada do Rei é fácil. Difícil é decidir o que fazer e para onde olhar. A tradicional Festa da Cenoura, comemorando a colheita, atrai gente de todo o reino e também de Eredra, além de comerciantes, bardos e curiosos vindos dos mais distantes recantos do mundo conhecido.
Jovens sorridentes recebem os visitantes e os presenteiam com colares feitos de rodelas de cenouras. Têm os rostos bronzeados e os corpos firmes de quem trabalha no campo, tanto as moças quanto os rapazes, e esta é a sua maior beleza.
Mercadores planenses oferecem em suas tendas, armadas na Praça do Mercado, os tecidos e especiarias trazidos das Ilhas Independentes. Um deles, de pele curtida e fala convincente, garante que oferece até mesmo itens vindos do Império. Mas quem pode garantir?
Um pouco afastado da feira, um anão sentado diante de uma mesa exibe a sua força. Usando uma armadura de couro e braceletes de bronze, ele vence desafiante após desafiante na queda-de-braço, e uma pilha de moedas de prata vai se acumulando ao seu lado.
Perto dali, na Praça da Lavoura, um casal de bardos meio-elfos, usando roupas multicores, apresenta o seu espetáculo. Ele toca seu alaúde e canta, enquanto ela executa uma dança acrobática. Depois de algum tempo, os dois trocam e ela passa a tocar para que ele dance.
Sobre uma carroça com cobertura de lona, um homem de idade avançada anuncia seu produto, rodeado por uma pequena multidão: "Conheçam o Elixir da Força! Vitória sobre os inimigos ao alcance de todos neste pequeno frasco!"
E o que dizer daquele bloco de granito ao lado do poço? É a primeira vez que você vê uma cenoura brotando de uma pedra, sem dúvida alguma! Que mistério seria esse?
Ainda haverá a consagração da colheita ao deus Liris, diante do templo. E o concurso de rei e rainha da festa, entre aqueles jovens que recebem os visitantes. E a competição de receitas secretas no Campo de Nira, que atrai cozinheiros de todo o continente.
Há muito o que ver, mas também é preciso tomar decisões práticas. Por exemplo, onde passar a noite. A população da cidade triplicou, e os preços nas tavernas e estalagens devem ter disparado.
E aí, o que você faz?1
Tyssine:
Tyssine acorda assustada e tenta seguir o seu caminho o mais rápido possível deixando para trás o que aconteceu na noite anterior e o sangue prateado ainda cerca suas visões. Porém, a estrada desanuvia sua mente.
Para onde ir, essa é uma questão que a aflige todas as manhãs. Contudo, estando tão próxima de Sarfa, não faria sentido deixar de ir àquela festa.
Chegando na cidade, mais lembranças vem a sua mente, como quando, junto a comitiva de sua família ela andou por aquelas ruas. Porém os tempos agora eram outros, se antes o preço da hospedagem nao era uma preocupação, agora, sem dúvida esta é uma questão central. Porém, isso a livrava de todos os incomodos e olhares de vigia e censura da vida de corte.
Tudo em Sarfa deslumbra seu olhar, mas ela procura se afastar do centro, afim de encontrar uma taverna barata onde possa passar a noite, ou um bom lugar onde possa montar acampamento. Porém, já faz tempo que Tyssine não dorme em uma cama e seria bom ter este luxo ao menso esta noite.
Assim ela procura a taverna "Sorridente Javali", esperando encontrar por lá um preço que ela possa pagar.
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